Mudanças Operadas pela Evolução Científica e Tecnológica no Campo da Saúde

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Com a evolução científica e tecnológica no campo da saúde as mudanças socioeconômicas reduziram marcadamente a capacidade das instituições sanitárias para distribuir, na devida forma, serviços equitativos aos segmentos vulneráveis da população, o que elevou ao primeiro plano a falta de equidade e a busca de sua solução.
O único caminho capaz de compatibilizar atenção médica cara e recursos limitados consiste em privar uma parcela da população do acesso aos avanços tecnológicos da medicina, por razões exclusivamente econômicas. Como exemplo pode-se citar, as conhecidas futilidades terapêuticas em situações de escassos recursos, que em um caso pratico entende-se que nas recuperações de paradas cardiorrespiratórias em certos pacientes, muitos consideram desproporcional a reanimação de pacientes com baixa expectativa de vida ao invés de beneficiar outros com maior viabilidade.
São enormes os benefícios que os avanços tecnológicos em medicina trouxeram para a humanidade. As precisas informações obtidas pelos modernos tomógrafos, pela ressonância nuclear, pela medicina nuclear e, ainda, o amplo uso do ultra-som como método diagnóstico; o extraordinário valor da mamografia na detecção precoce do câncer de mama; as detalhadas informações obtidas pela endoscopia digestiva e pelas cineangiografias; as cirurgias realizadas por videolaparoscopia; as microcirurgias e os procedimentos cirúrgicos com auxílio da robótica. Com isso é imprescindível o uso adequado desse custoso aparato.
Entretanto, faz-se necessária, porém, uma avaliação sistemática e criteriosa de quaisquer novos procedimentos. A transferência de tecnologia dos países do Primeiro para o Terceiro Mundo é, com freqüência, feita por caminhos pouco ortodoxos.
Devemos desconsiderar o modelo liberal como fonte de soluções justas. Os cuidados com a saúde não podem figurar como simples variáveis das leis do mercado.
Outra mudança importante de paradigma foi à figura do “Eu isolado”, sem vínculos com a comunidade que o cerca, gerou o que alguns sociólogos denominam de “Eu saturado”. Em tempos modernos se convencionou a “ética da realização”, no qual a prioridade seria a auto-realização e a felicidade pessoal, independente do compromisso com a vida familiar ou comunitária.
A tomada de decisão médica, em nossos dias, está marcada por uma grave crise. De um lado, o desenvolvimento econômico e tecnológico que vê o usuário como consumidor sujeito as regras do mercado; por outro, o paciente, um ser humano que busca atenção médica como legítima expressão de cidadania.

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