Retrato Realista da Saúde no Brasil

|


A situação no campo da saúde no Brasil está caótica pelos dados preocupantes de morbimortalidade. Existe uma baixa cobertura – e a conseqüente dificuldade de acesso, especialmente do segmento mais pobre – e a má qualidade e desumanidade do atendimento.
Com menos de 100 dólares per capita/ano, os recursos aplicados na saúde são e serão sempre considerados insuficientes no Brasil. O diagnóstico final é um sistema desorganizado, centralizado, terceirizado, com crescente restrição de recursos – em face de suas demandas – e permeado por práticas delinqüentes, cuja resultante é a situação precária em que hoje nos encontramos. No setor público se acumula nas filas ou nas macas de um grande, desumano e mal ordenado Pronto-Socorro. As ações de prevenção inexistem ou se resumem a planos-pilotos que nada resolvem.
Hospitais contratados e conveniados recebem o pagamento atrasado do Sistema Único de Saúde (SUS), com quantias irrisórias pelos serviços prestados (R$ 2,00 por consulta; R$ 190,90 por uma cesárea; R$ 190,88 por uma apendicectomia). O controle do faturamento é precário e não privilegia a qualidade.
Os doentes realmente necessitados ficam sem atendimento e têm que recorrer à área pública que, salvo raras exceções, está abandonada.
Quanto aos medicamentos, a crítica se faz ao que não existe uma política no país. Os laboratórios públicos que existem em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e outros estados, que poderiam fornecer medicamentos quase a preço de custo aos mais carentes e revendê-los aos serviços públicos e filantrópicos – estão desativados ou sendo usados “comercialmente”.
É difícil quantificar os recursos que se esvaecem pelo uso parasitário que os planos de saúde e a medicina liberal fazem do serviço público e do SUS.
O instinto da busca da sobrevivência e do prolongamento da existência sempre resultará em pressões de custos nas ações de saúde. O diagnóstico precoce e a prevenção são estratégias viáveis que não saem da intenção de algumas campanhas de propaganda na televisão se as unidades de saúde não funcionarem e se não ocorrer à regionalização, a hierarquização e a integralidade de ações.

1 Comentário:

Ana Rafiq disse...

Problema:
"É difícil quantificar os recursos que se esvaecem pelo uso parasitário que os planos de saúde e a medicina liberal fazem do serviço público e do SUS."
Solução:
"O diagnóstico precoce e a prevenção são estratégias viáveis.(...) ocorrer à regionalização, a hierarquização e a integralidade de ações."

Postar um comentário

 

©2009 Centermed | Template Blue by TNB